quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Clark Gable

CarreiraTributo ao maior galã de Hollywood Clark Gable

Em 1924, quando Josephine Dillon foi para Hollywood, Gable a seguiu, e em 13 de dezembro daquele ano, estavam casados. Ele trocou seu nome, na época, de W. C. Gable para Clark Gable".[6] Com a influência de Josephine, conseguiu participação como figurante em filmes como The Plastic Age (1925), estrelado por Clara Bow, "Forbidden Paradise" e uma série intitulada The Pacemakers.
Entre 1927 e 1928, Gable atuou com a Laskin Brothers Stock Company, em Houston, onde fez diversos papéis, ganhando considerável experiência e se tornando um ídolo local. Gable, então, foi para Nova Iorque, e conseguiu trabalho na Broadway. O Morning Telegraph considerou: "He's young, vigorous and brutally masculine".[7]
Em 1930, após uma impressionante atuação como Killer Mears na peça The Last Mile, bancada por sua esposa, em Los Angeles, Gable teve ótima recepção da crítica, o que lhe angariou vários testes para o cinema. Um desses testes ficou famoso, quando Darryl F. Zanuck o testou para o papel de "Little Caesar" ("Alma de Lodo"), de 1931, e o rejeitou, alegando: "Não serve pra o Cinema. As orelhas são grandes e se parece com um macaco[8]".
A agente Minna Wallis, irmã de Hal Wallis, viu o teste e ficou impressionada, levando-o para a Pathé, onde seu primeiro papel em um filme sonoro foi o de vilão no western de William Boyd denominadoThe Painted Desert ("O Deserto Pintado"), em 1931. Ele recebeu, na época, diversas cartas de fãs, como resultado de sua voz e atuação.
Gable despertou o interesse da MGM, que resolveu confiar a ele um papel em The Easiest Way ("Tentação do Luxo"), em 1931,[9] ao lado de Constance Bennett, Robert Montgomery e Anita Page. Seu nome, porém, era o último do elenco. Seu sucesso fez com que a MGM renovasse seu contrato por 2 anos.
Após alguns papéis de vilão em diversos filmes, tais como '"Dance, Fools, Dance" ("Quando o Mundo Dança"), The Secret Six ("A Guarda Secreta"), The Finger Points ("Vendido") e Laughing Sinners ("Almas Pecadoras"), Gable alcançou fama como o marginal de A Free Soul ("Uma Alma Livre"), em 1931, quando dominou o filme, ao lado de Norma Shearer, inclusive com tentativas do então marido da atriz, Irving Thalberg, em tentar modificar o roteiro distanciando-o de Shearer o mais possível.[10]
Louis B. Mayer e o diretor de publicidade Howard Strickling, que se tornaria um dos grandes amigos de Gable, tiveram a ideia de lançar um novo tipo de galã, movido menos pelo romantismo e mais pelo cinismo, domínio e sex-appeal agressivo, características mais compatíveis com o período de violência e agitação da Grande Depressão. Gable abriu as portas, portanto, para outros heróis do período, tais como James Cagney, Humphrey Bogart, Spencer Tracy e George Raft.
Gable ao lado de Claudette Colbert em It Happened One Night
Em 1933, devido às suas insubordinações e tentativas de escolher papéis, Gable foi cedido, como "castigo", para a então modesta Columbia, para o papel do repórter Peter Wayne no premiado "It Happened One Night", de Frank Capra, o qual lhe valeu o Oscar de ator. Robert Montgomery havia sido cogitado, antes, para o papel de Wayne, mas o recusou por achar o roteiro pobre.[11] Há uma lenda persistente de que Gable exerceu um profundo efeito sobre a moda masculina da época, quando, em "It Happened One Night", apareceu em uma cena sem camiseta, ao tirar sua camisa, contrariando o costume então vigente. Vendedores de roupas masculinas de todo o país confirmaram que houve uma queda na venda de camisetas nesse período.[12]
Gable, transformado por Capra em grande comediante, fugia assim do estereótipo de galã machão que até então utilizara, transformando-se no galã romântico de Chained ("Acorrentada"), Forsaking All Others ("Quando o Diabo Atiça") e After Office Hours ("Tudo Pode Acontecer"); no interno de Men in White ("Alma de Médico"); no facínora de Manhattan Melodrama ("Vencido pela Lei"); no aventureiro de "China Seas" ("Mares da China") e "The Calle of the Wild" ("O Grito das Selvas"), e no Fletcher Christian de Mutiny on the Bounty ("O Grande Motim"), que lhe valeu uma nova indicação ao Oscar.
Gable como Fletcher Christian no trailer de Mutiny on the Bounty
Apesar de sua relutância em fazer o papel de Rhett Butler em "Gone With the Wind" ("… E o Vento Levou"), em 1939, Gable ficou mais conhecido por esse papel, valendo-lhe nova indicação ao Oscar. Carole Lombard pode ter sido a primeira a sugerir que o aceitasse, e ela seria Scarlett.[13]
Após voltar da Segunda Guerra Mundial, continuou fazendo filmes para a MGM, e seu primeiro filme, então, foi '"Adventure" ("Aventura"), em 1945, ao lado de Greer Garson, que não fez muito sucesso, iniciando o período de declínio de sua carreira. Seus últimos filmes para a companhia foram Mogambo ("Mogambo") e Betrayed ("Atraiçoado").
Em 1955, foi contratado pela 20th Century-Fox, fazendo dois filmes, "O Aventureiro de Hong-Kong" e "Nas Garras da Ambição". Posteriormente, experimentou produzir seus próprios filmes, mas não teve sucesso e desistiu, assinando contrato com a Warner Bros, e depois com a Paramount.
O último filme de Gable foi The Misfits ("Os Desajustados"), em 1960, escrito por Arthur Miller, dirigido por John Huston, e co-estrelado por Marilyn Monroe, Eli Wallach, e Montgomery Clift. Este é, também, o último filme de Monroe.[14]
Ao longo de sua carreira de 30 anos, Gable fez 67 filmes, isso excluídas as figurações em alguns filmes da época do cinema mudo.

 Gone With the Wind
Em "Gone With the Wind", Gable era cogitado para o papel de Rhet Butler, não apenas pela opinião do público, que o escolhera por votação em um concurso da revita Photoplay para o papel, mas também pelo produtor David O. Selznick, que tivera sua primeira negociação com Errol Flynn embargada pela Warner Brothers, que não queria ceder Flynn sem Bette Davis, (sendo que Davis recusara trabalhar com Flynn).[10]
A negociação de Gable, porém, era difícil, por ser contratado da MGM, pertencente ao sogro de Selznick, Louis B. Mayer, com o qual Selznick tinha problemas por ter saído da MGM e se filiado à United Artistas, formando a Selznick International. A MGM acabou aceitando ceder Gable, em troca da distribuição mundial do filme.[15] Para ter Gable no filme, Selznick teria pago à MGM cerca de 40 milhões de dólares.[16]
Gable, na verdade, nunca pretendeu fazer o papel de Butler, e levou muito tempo para ler "Gone With the Wind", lendo-o mais por insistência de Carole Lombard e dos amigos. No entanto, para o universo popular, Gable é mais conhecido, até os dias atuais, pelo seu papel em "Gone the Wind".

Ao trabalhar em "The Call of the Wild" ("O Grito das Selvas"), de William Wellman, em 1935, Gable envolveu-se com Loretta Young, com quem teve um caso extraconjugal que resultou no nascimento de uma filha, Judy Lewis.[17] Na época, Loretta relatava ter adotado a menina, com alguns meses de idade.[18]
Acabou se divorciando de Rhea em 1939. Emprestado à Paramount em 1932, para fazer No Man of Her Own ("Casar por Azar"), contracenou com Carole Lombard, na época casada com William Powell, e se tornou seu admirador. Carole, posteriormente, se divorciou, e o interesse de Gable aumentou. Menos de um mês após o divórcio de Rhea, Gable casou-se com Carole Lombard, em 29 de março de 1939, em Kingman, no Arizona. Era no período da Segunda Guerra Mundial, e Gable foi nomeado pelo Presidente Franklin Delano Roosevelt como Presidente do Comitê de Hollywood para a Vitória, e Carole foi incluída na primeira viagem pelo esforço de guerra, com a finalidade de vender Bônus de Guerra. Em janeiro de 1942, o avião em que Carole e sua mãe estavam caiu, a cinquenta quilômetros a sudoeste de Las Vegas, Nevada, matando as duas. Gable sentiu para sempre a perda de Lombard, e em 1976 foi feito um filme, "Gable and Lombard" ("Os Ídolos Também Amam"), contando sobre a tragédia do casal.
Um mês após Lombard ter falecido, Gable ainda trabalhou em Somewhere I'll Find You, ao lado de Lana Turner. Gable ficou devastado com a morte de Lombard, e viveu o resto da vida, a despeito dos outros casamentos que teve, na casa em que morara com Lombard, em Encino, Califórnia. Ele voltou a casar e trabalhou em mais 27 filmes, "but he was never the same", comentou, certa vez, Esther Williams, "His heart sank a bit".[19]
Após o terceiro divórcio de Joan Crawford, ela e Gable tiveram um breve relacionamento. Depois, houve ainda um breve romance com Paulette Goddard, e em 1949, casou-se com Silvia Ashley, viúva de Douglas Fairbanks e Baronesa de Alderly. O casamento teve curta duração e eles se divorciaram em 1952.
Em julho de 1955, casou-se com um antigo amor, Kathleen Williams Spreckles, 15 anos mais nova, tornando-se padrasto de seus dois filhos, Joan e Adolph Spreckels III.viveu com Kathleen até o fim de sua vida.
Em 16 de novembro de 1959, Judy Lewis, sua filha com Loretta Young, deu à luz Maria, a primeira neta de Gable.
Em 1960, sua esposa descobriu que estava esperando o primeiro filho do casal. Mas Gable não viveria para ver o nascimento da criança, John Clark Gable, em 20 de março de 1961.

Teatro

  • 1925 - "What Price Glory" ("Sangue por Glória"), drama em 3 atos de Maxwell Anderson, dirigido por Lillian Albertson e produzido por Louis O. Macloon, montado pela West Coast Road Company.
  • 1930 - "The Last Mile", drama em 3 atos de John Wexley, dirigido por Lillian Albertson, encenado por Louis O. Macloon, para a West Coast Road Company, no Belasco Theatre, em Los Angeles.

Morte

Em 16 de novembro de 1960, ao concluir as filmagens de The Misfits ("Os Desajustados"), Gable sofreu um infarto do miocárdio e morreu dez dias depois. Foi enterrado no mesmo santuário que havia construído para Carole Lombard e sua mãe, no The Great Mausoleum, em Forest Lawn Memorial Park, Glendale, Califórnia.
Em 1989, a casa de Gable em Los Angeles, Califórnia, foi comprada pelo cantor alemão Thomas Anders e sua esposa, Nora Balling.


Filmografia

Gable em cena no filme Aconteceu Naquela Noite, com Claudette Colbert.
Gable atuou como extra em 13 filmes entre 1924 e 1930. Atuou num total de 67 filmes, e fez ele mesmo em 17 "curta-metragens", além de ter sido o narrador e atuar no filme- propaganda da Segunda Guerra Mundial, denominado Combat America, produzido pelas Forças Armadas dos Estados Unidos da América



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