quinta-feira, 12 de abril de 2012

Centenário de Mazzaropi

Era uma entediante tarde de domingo, há MUITOS anos (se é que se pode dizer “há MUITOS anos” quando se tem apenas 18 de idade) e eu decidi assistir a um filme que estava começando. O artista era Mazzaropi, sobre quem eu já havia lido em um almanaque. Não lembro o nome do filme, sequer o enredo, mas a lembrança do riso ficou. Riso compartilhado com milhares de outras pessoas que tiveram a sorte de vê-lo na tela grande e que também não esqueceram a comicidade deste artista cujo centenário será comemorado em breve.
Amácio Mazzaropi nasceu em São Paulo em 9 de abril de 1912, filho de um italiano com uma descendente de portugueses, e recebeu o mesmo nome do avô, Amazzio. Mas seria o outro avô sua maior inspiração, pois era tocador de viola e dançarino. Os pais passaram a trabalhar em uma companhia de tecelagem em Taubaté, onde ele mais tarde também trabalharia. Era bom aluno, sempre declamava poemas em festas escolares e foi aos 10 anos, num monólogo, que pela primeira vez interpretou um caipira.
Ao contrário de tantos outros artistas, o cinema foi o último território a ser desbravado por Mazzaropi. Em 1951 ele assinou contrato com a Companhia Cinematográfica Vera Cruz, onde faria seus três primeiros filmes, passando por diversas outras produtoras até fundar a sua própria em 1958: Produções Amácio Mazzaropi, a PAM Filmes. Para produzir as primeiras películas, ele vendeu tudo o que tinha. Valeu a pena: fez mais sucesso, ganhou seu próprio programa de variedades e comprou uma fazenda para construir seu estúdio.
Em 1960 ele fez o filme Jeca Tatu, repetindo o papel de caipira em mais nove produções. No mesmo ano estreia na direção, com “As aventuras de Pedro Malasartes”. E o pioneirismo não parou por aí: “Tristeza do Jeca”, do mesmo ano, seria o primeiro filme nacional colorido em Eastmancolor, tendo sido editado no México. E, por fim, em 1973 sairia o primeiro de seus dois filmes rodados no exterior: “Um caipira em Bariloche”.
Mazzaropi ganhou diversos prêmios durante sua carreira. Seu filme “No paraíso das solteironas” rendeu, em um ano, 2 bilhões e 650 milhões de cruzeiros. Rodou um filme autobiográfico, “Betão ronca ferro”, em 1970, e dois anos depois se encontrou com o presidente Emílio Garrastazu Médici, pedindo maiores verbas para o cinema brasileiro. Ele se encontraria com mais dois presidentes, sempre falando sobre a sétima arte.
Sucesso garantido
O artista nunca se casou, mas, segundo alguns depoimentos, criou ao longo de sua vida cinco meninos, embora em algumas biografias conste que ele teve apenas um filho adotivo, de nome Péricles. Mazzaropi faleceu em 13 de junho de 1981, aos 69 anos, de septicemia (infecção generalizada), dois anos antes da morte da mãe. Fez ao todo 32 filmes e contracenou com grandes nomes, como Hebe Camargo, Odete Lara, Luís Gustavo e Tarcísio Meira, tendo estes últimos estreado sob a tutela do mestre. Ensinou gerações a rirem com sua personagem caipira, mas na vida real era ambicioso, perspicaz e gostava de se vestir com elegância. Caipira esperto, uai! 
Assim como outros astros do cinema brasileiro, Mazzaropi começou no circo, juntando-se a uma trupe aos 14 anos e contando piadas entre as apresentações de um faquir. Três anos depois, ele se viu obrigado a voltar para casa sem emprego, mas a efervescência trazida pela Revolução de 32 reacendeu sua vontade de atuar. Não demoraria para que ele transformasse o mais famoso grupo itinerante do interior de São Paulo, a Troupe Olga Crutt
 
 
 na Troupe Mazzaropi, inclusive levando seus pais para trabalharem com ele.
Quase dez anos depois, Mazzaropi recebeu boas críticas por sua peça “Filho de sapateiro, sapateiro deve ser”. Com o sucesso veio em 1946 o convite para o programa Rancho Alegre, da Rádio Tupi, em que ele contava piadas e cantava ao som de uma sanfona. Só na primeira semana, ele recebeu 2000 cartas de fãs, que lotavam os espetáculos que ele fazia pelo país.
Mazzaropi teve o privilégo de se apresentar na estreia da TV Tupi tanto em São Paulo quanto no Rio de Janeiro, respectivamente em 1950 e 1951. Seu programa Rancho Alegre seria a primeira atração da televisão brasileira a contar com um patrocinador.
 
 
Ao contrário de tantos outros artistas, o cinema foi o último território a ser desbravado por Mazzaropi. Em 1951 ele assinou contrato com a Companhia Cinematográfica Vera Cruz, onde faria seus três primeiros filmes, passando por diversas outras produtoras até fundar a sua própria em 1958: Produções Amácio Mazzaropi, a PAM Filmes. Para produzir as primeiras películas, ele vendeu tudo o que tinha. Valeu a pena: fez mais sucesso, ganhou seu próprio programa de variedades e comprou uma fazenda para construir seu estúdio.
Em 1960 ele fez o filme Jeca Tatu, repetindo o papel de caipira em mais nove produções. No mesmo ano estreia na direção, com “As aventuras de Pedro Malasartes”. E o pioneirismo não parou por aí: “Tristeza do Jeca”, do mesmo ano, seria o primeiro filme nacional colorido em Eastmancolor, tendo sido editado no México. E, por fim, em 1973 sairia o primeiro de seus dois filmes rodados no exterior: “Um caipira em Bariloche”.
Mazzaropi ganhou diversos prêmios durante sua carreira. Seu filme “No paraíso das solteironas” rendeu, em um ano, 2 bilhões e 650 milhões de cruzeiros. Rodou um filme autobiográfico, “Betão ronca ferro”, em 1970, e dois anos depois se encontrou com o presidente Emílio Garrastazu Médici, pedindo maiores verbas para o cinema brasileiro. Ele se encontraria com mais dois presidentes, sempre falando sobre a sétima arte.
Sucesso garantido
O artista nunca se casou, mas, segundo alguns depoimentos, criou ao longo de sua vida cinco meninos, embora em algumas biografias conste que ele teve apenas um filho adotivo, de nome Péricles. Mazzaropi faleceu em 13 de junho de 1981, aos 69 anos, de septicemia (infecção generalizada), dois anos antes da morte da mãe. Fez ao todo 32 filmes e contracenou com grandes nomes, como Hebe Camargo, Odete Lara, Luís Gustavo e Tarcísio Meira, tendo estes últimos estreado sob a tutela do mestre. Ensinou gerações a rirem com sua personagem caipira, mas na vida real era ambicioso, perspicaz e gostava de se vestir com elegância. Caipira esperto, uai! 
 

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