Marcello Vincenzo Domenico Mastrojanni (Fontana  Liri, 28 de setembro de 1924 — Paris, 19 de dezembro de 1996) foi um ator de cinema 
italiano.
  
É considerado o maior ator da Itália e um dos melhores atores de  todos os tempos.
Em 1945,  começou a trabalhar para uma empresa de cinema, como figurante em Marionette  de Carmine Gallone,  em La corona di ferro de Alessandro Blasetti, em Una storia  d'amore de Mario Camerini, e em I bambini ci guardano  de Vittorio De Sica.
 
Em 1943,  conseguiu o diploma de empreiteiro no Istituto Técnico-industrial Carlo  Grella (atualmente Galileo Galilei).
 
Em 1945 começou a ter as primeiras aulas de teatro e,  novamente, bateu nas portas do cinema. Nesta época, partilhou as suas  aspirações como ator] com uma jovem então desconhecida, Silvana Mangano, e os dois vive um breve romance.
 
 A afirmação
 
A verdadeira estréia no cinema veio em 1948, com I  miserabili, filme de Riccardo Freda,  uma adaptação cinematográfica do livro homónimo Os Miseráveis, de Victor  Hugo. Nesta mesma época começou a fazer pequenas participações no  teatro, primeiro em companhias amadoras. Foi notado por Luchino Visconti, que lhe ofereceu o seu primeiro  personagem como ator profissional, em As You Like It, de William Shakespeare (1948, Teatro Eliseo  - Roma) e,  depois, em Um Bonde Chamado Desejo,  de Tennessee Williams (1949, Teatro  Eliseo - Roma), onde interpreta Mitch. Nesta ocasião conheceu Flora  Carabella, sua futura esposa, que interpreta um papel menor. Os dois se  casaram em 1950  e tiveram uma filha, Barbara.
 

Depois de ter interpretado sob a direção de Luciano  Emmer diversos papéis em comédias neorealistas (Domenica d'agosto, Parigi  è sempre Parigi, Le ragazze di Piazza di Spagna), chegaram  os primeiros papéis dramáticos em Febbre di vivere de Claudio Gora, Cronache  di poveri amanti de Carlo Lizzani,  Le notti bianche de Luchino Visconti e Peccato che sia una  canaglia, filme de 1954, com direção do cineasta Alessandro Blasetti.
 
A afirmação definitiva chegou em 1958, com I  soliti ignoti, Adua e le compagne (1960) e Il  bell'Antonio (1961).
 
Com Divórcio à Italiana (1961) ganhou o Nastro d'Argento, o prêmio BAFTA e uma  indicação ao Óscar como melhor ator.
 
] O sucesso
 
As duas obras-primas de Federico Fellini, A  Doce Vida (1960) e 8½  (1963), lhe proporcionaram o sucesso internacional e a fama de latin  lover, da qual iria defender-se, mais ou menos inutilmente, quando  tornou-se mais velho. Esta foi a razão pela qual, logo após o sucesso de  A Doce Vida e para se afastar do mito de sex symbol, ter  aceitado interpretar o papel de um impotente no filme Il bell'Antonio,  adaptação cinematográfica do livro homônimo de Vitaliano Brancati.
 
Em 1962,  a revista norte-americana TIME lhe dedicou uma matéria,  designando-o o ator estrangeiro mais admirado nos Estados Unidos.
 
O seu fascinio como ator não vinha apenas da sua beleza e da  interpretação sempre de altíssimo nível, e sim também de um certo  descaso, às vezes escondido, em que parecia revelar uma melancolia  e, por vezes, mesmo uma certa timidez.
 
Em 1963  interpretou em Os Companheiros, de Mario Monicelli, o personagem de um intelectual comunista  que formenta a revolta da fábrica.
 
Sob a direção de Vittorio De Sica, com Sophia  Loren como protagonista femminina, atuou em Ontem, Hoje e Amanhã  (1963), Matrimonio all'italiana (1964) e I girasoli  (1969). O casal que formou com Sophia Loren foi uma das parcerias  artísticas mais bem sucedidas do cinema italiano, que se desdobrou com  episódios memoráveis ao longo da carreira de ambos.
 
Em 1966  estreou na comédia musical, interpretando por cerca de três meses o  papel de Rodolfo Valentino em Ciao Rudy de  Garinei e Giovannini, cantando e dançando todas as noites e tentando  desbancar outra reputação que tinha sido criada, da preguiça eterna. A  crítica não foi terna com ele, e mesmo com os ingressos constantemente  esgotados, Mastroianni saiu de cena e pagou uma multa de 100 milhões de  liras para filmar Il viaggio di G. Mastorna, detto Fernet de  Federico Fellini, projeto que o diretor nunca conseguiu realizar porque  não conseguiu levantar dinheiro suficiente.
 
Em 1968  filmou Um Lugar para os Amantes sob a direção de Vittorio De  Sica. A protagonista feminina era Faye  Dunaway, com quem teve um breve, mas muito comentado, romance.  Neste mesma época fez alguns filmes em língua inglesa, mas diferente de Sophia Loren, que fala um  inglês perfeito, ele tinha dificuldades com a língua.
 
Em 1971  trabalhou com Marco Ferreri em Liza, e no set  conheceu Catherine Deneuve, com a qual teve um  longo relacionamento, e do qual nasceu Chiara. No ano seguinte se transferiu para Paris e teve  a oportunidade, entre 1972 e 1974, de trabalhar em muitos filmes franceses.
 
Retornando à Itália, voltou a interpretar papéis em comédias leves (Culastrisce,  nobile veneziano, La pupa del gangster), filmes de autor  (Juízo Final, Una giornata particolare), dramas fortes (Esposamante,  Per le antiche scale) e filmes grotescos (Ciao maschio, Fatto  di sangue fra due uomini per causa di una vedova, si sospettano moventi  politici).
 
Em 1978  estreou em um filme de drama para a televisão:  Le mani sporche, de Elio  Petri, baseado em Jean Paul Sartre. Antes disso,  Mastroianni nunca havia trabalhado na televisão, com exceção de algumas  aparições como anfitrião em Studio Uno, ao lado de Mina Mazzini e  de Sandra Milo.
 
Em 1980  foi chamado por Federico Fellini, que dezoito anos após 8½, o  trouxe novamente como protagonista em Cidade das  Mulheres. Trabalhou de novo com ele em 1985, em Ginger  e Fred, ao lado de Giulietta Masina e, em 1987, em Intervista.
 
Em 1988  foi protagonista, junto a Massimo Troisi, em Splendor e Che ora è?,  ambos dirigidos por Ettore Scola. Por este último filme os dois  protagonistas recebem a Coppa Volpi na Mostra de Veneza.
 
Nos anos 1990,  Marcello Mastroianni filmou sobretudo no exterior,  com grandes diretores do cinema internacional.
 
 A doença e a morte
 
Em 1996,  descobriu o câncer de pâncreas,  mas mesmo assim continuou trabalhando no qual seria seu último filme, Viagem  ao Princípio do Mundo, de Manoel de Oliveira, e nos intervalos deste filme gravou  uma longa conversa sobre sua vida (Mi ricordo, sì… mi ricordo,  direção de Annamaria Tatò,  a sua última companheira) que é considerada por muitos o seu testamento  espiritual.
 
O ator morreu aos 72 anos, em seu apartamento em Paris. Catherine  Deneuve estava ao seu lado, junto com sua filha Chiara. Ele tinha feito  mais de 140 filmes em 49 anos de carreira.
 
Foi enterrado no cemitério  Verano, em Roma.
 
Mastroianni e Jack Lemmon são os únicos atores a ganhar duas  vezes o prêmio de melhor ator no Festival de Cannes. Mastroianni ganhou em 1970, por Dramma  della gelosia (tutti i particolari in cronaca) e, em 1987, por Olhos  Negros.
| Nome completo | Marcello Vincenzo Domenico  Mastrojanni | 
 | Nascimento | 28 de setembro de 1924 Fontana  Liri
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 | Morte | 19 de dezembro de 1996 Paris
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 | Ocupação | ator | 
 | Trabalhos notáveis | A Doce VidaA NoiteDivórcio à Italiana8½Ontem, Hoje e AmanhãMatrimônio à italianaHomem, Mulher e  DinheiroGinger e FredOlhos Negros
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 | Prémios Golden Globe | 
 | 1963 por Divórcio à Italiana | 
 | Festival de Cannes | 
 | 1970 por Dramma  della gelosia (tutti i particolari in cronaca) 1987 por Olhos  Negros.
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 | BAFTA | 
 | 1963 por Divórcio à Italiana 1964 por Ontem, Hoje e Amanhã.
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 | Outros prêmios | 
 | David di Donatello:1964 por Ontem, Hoje e Amanhã 1965 por Matrimônio à italiana
 1986 por Ginger  e Fred
 1987 por Olhos  Negros
 1995 por Sostiene Pereira
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