Miguel Aceves Mejia : Amor se Disse Cantendo
Miguel Aceves Mejía
O maior astro da música mexicana, nasceu em 1917, no estado de Chihuahua, Mexico. Conhecido como “Falseto Dorado” ou o “rei do falsete”, dado à sua voz incrível, que praticamente brinca com os graves e agudos das notas musicais, Miguel Aceves Mejia chegou ao sucesso com uma canção rancheira e já em seguida virou estrela das telas de cinema, tendo inclusive filmado na Argentina.
O começo foi na Rádio XET, de Monterrey, onde ele próprio cantava os “jingles” dos comerciais. Com a audiência aumentando devido às suas apresentações, Don Miguel resolveu formar um trio, com seus amigos Emilio Allende e Carlos Sorolla. Pouco depois o rei das rancheiras mexicanas partia para Los Angeles, EUA, para tentar carreira solo. Foi em Los Angeles que Mejia desenvolveu seu estilo de cantar em falsete, o que tornou sua marca registrada.
Em 1940 ele voltou para sua terra, e começou a trabalhar na Rádio XEW, na Cidade do México, capital. Lá ele assinou seu primeiro contrato com a RCA Victor e, gravando no estúdio, a batida musical da banda chamou sua atenção e assim ele aderia definitivamente ao estilo “mariachi”, que são os seresteiros mexicanos. O estilo popular adequou-se como luva à sua potente voz, e veio o sucesso e já também o convite para atuar no cinema. Em 1947 ele estreou De Pecado em Pecado, mas não no papel principal, e sim emprestando a sua maravilhosa voz ao ator José Pulido, que não cantava bulhufas.
Mas a humildade de Miguel Aceves Mejia foi a plataforma da sua carreira e lhe trouxe, como premio, seu primeiro papel principal no filme Los Cuatro Vientos, de 1954. A estrela de Mejia brilhou com toda a intensidade, e ele iria estrelar mais de 40 filmes depois.
Miguel Aceves Mejia passou a ser conhecido e tocado em todo mundo e, principalmente, nos países de lingua castelhana e Brasil. Na Argentina ele fez 3 filmes: La Despedida, em 1957, Dos Tipos com Suerte em 1960 e o terceiro, de grande sucesso musical, Amor Se Dice Cantando, em 1958.
Os filmes já então eram escritos para el señor Miguel Aceves Mejia e as canções também, muitas assinadas por José Alfredo Jimenez, como Perla, Cuatro Caminos e um de seus maiores sucessos: Alma de Acero. Mas como Mejia passou a ser o símbolo da música mexicana, ele também cuidou de preservar sucessos populares, gravando versões de rancheiras tradicionais como Paloma Negra, La Malagueña, Canción Mixteca, Cucurucucu Paloma (sucesso entre cantores e público brasileiro) e El Jinete, que ganhou uma versão (e gravação) de Belmonte. Como escrevi no livro Saudade de Minha Terra, na década de 60, no Brasil, Miguel Aceves Mejia iria influenciar Belmonte e Amarai, Tibagi e Miltinho, Pedro Bento e Zé da Estrada e outros, sendo que Amarai e Miltinho Rodrigues eram os únicos a conseguir dar os tons de falsete do señor Mejia em suas músicas.
Como tudo passa nesta vida, o señor Mejía também passou. Em novembro de 2006, aos 90 anos de idade, ele se foi, vítima de uma bronquite. Assim, há quase 3 anos Miguel Aceves Mejía está fazendo ouvir pelas montanhas e pradarias celestiais sua linda voz...
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A Difa_Amada...para recordar os tempos aureos das grandes Divas, Galãs, Filmes clássicos e músicas romanticas que embalavam os casais e sonhos de toda uma geração do século XX. Assim como eu, muitos de vocês devem sentir saudades destes Anos Dourados. Dedico este espaço as pessoas incorrigivelmente românticas. "O amor mata, por isso decidi amar apenas enquanto eu respirar". Lorem Souza Carvalho
sexta-feira, 28 de maio de 2010
Emilinha Borba
Emilinha Borba - Cachito
Emilinha Borba é botafoguense de coração e mangueirense de alma e nascimento, pois foi num dia 31 de agosto, na Vila Savana, de seu avô, situada na Rua Visconde de Niteroi, no Bairro da Mangueira, na cidade do Rio de Janeiro / RJ, que nasceu, da união de Eugênio Jordão Borba e Edith da Silva Borba, uma carioca predestinada ao sucesso e a levar para fora dos limites de sua cidade e do seu País, o seu carisma, a sua grandiosidade e, principalmente, a nossa cultura popular: Emilia Savana da Silva Borba (hoje Emília Savana de Souza Costa) e nacionalmente conhecida como Emilinha Borba.
Ainda menina e contrariando um pouco a vontade de sua mãe, apresentava-se em diversos programas de auditório e de calouros, dentre eles, "A Hora Juvenil", na Rádio Cruzeiro do Sul, e "Calouros do Ari Barroso", onde conquistou a ota máxima interpretando o samba "O X do Problema" de Noel Rosa.
Cantando de emissora em emissora de rádio daquela época, formou com Bidú Reis, e por um curto período, a dupla "As Moreninhas" (foto ao lado), quando então, gravaram em Discoteca Infantil - 78 RPM, "A História da Baratinha", numa adaptação de João de Barro.
Dupla desfeita, passou Emilinha a cantar sozinha, sendo de imediato contratada pela Rádio Mayrink Veiga e recebendo de Cesar Ladeira o slogan "Garota Grau Dez".
Em seguida foi convidada por João de Barro (Braguinha) a participar com destaque, em 1939, da gravação da marcha "Pirulito" cantada por Nilton Paz, sendo que no disco nao constou seu nome, só o do referido interpréte.
No mesmo ano, na Columbia Discos e com o nome de Emília Borba, grava seu primeiro disco 78 RPM "Ninguém Escapa" de Erastostenes Frazão e "Faça o Mesmo" de Frazão e Nássara.
Levada por Carmen Miranda, "A Pequena Notável" e sua madrinha artística, fez um teste no Cássino Balneário da Urca / Rio de Janeiro. Por ser menor de idade e na ansia de conseguir o emprego, alterou sua idade para alguns anos a mais. Ajudada por Carmen (que também emprestou-lhe vestido apropriado e sapatos de plataforma), foi aprovada pelo Sr. Joaquim Rollas, diretor artístico do Cássino e ali passou a se apresentar como "crooner", tornando-se logo em seguida uma das principais atrações daquela casa de espetáculos.
Transferiu-se da Columbia Discos para a gravadora Odeon, de onde já era contratada sua irmã e também cantora, Nena Robledo, casada com o compositor Perterpan. Lá, em fins de 1941 e já com o nome de Emilinha Borba, gravou "O Fim da Festa" de Nelson Trigueiro e Nelson Teixeira e "Eu Tenho um Cachorrinho" de Oswaldo Santiago e Georges Moran. Em 1944 retorna à Columbia Discos (com a etiqueta de Continental Discos), permanecendo naquela gravadora até fins de 1958, quando, então, transferiu-se para a CBS (hoje Sony Music) e ali ficando contratada por 18 anos consecutivos.
Em 1942 foi contratada pela Rádio Nacional do Rio de Janeiro,
Desligando-se meses depois. Em Setembro de 1943 retornou ao "cast" daquela Emissora, firmando-se a partir de então, e durante os 27 anos que lá permaneceu contratada, como a "Estrela Maior" da emissora PRE-8, a líder de audiência.
Enquanto naquela emissora, Emilinha atingiu o ápice de sua carreira artística, tornando-se a cantora mais querida e popular do país. Teve participação efetiva em todos os seus programas musicais, bem como, foi a "campeã absoluta em correspondência" por 19 anos consecutivos (até quando durou a pesquisa naquela emissora) de 1946 à 1964.
Principais Títulos Outorgados à Emilinha
- Favorita da Marinha (1947)
- Favorita dos Marinheiros (1948)
- Favorita Permanente da Marinha (1949)
- Melhor Cantora de 1950 (1951) - Revista do Rádio
- Melhor Cantora de 1951 (1952) - Revista do Rádio
- Melhor Cantora de 1952 (1953) - Revista do Rádio
- Rainha do Rádio (1953) - Associação Brasileira do Rádio ABR - Emilinha foi eleita apenas com o voto popular (sem patrocínio comercial) e o somatório dos votos das demais candidatas não atingiu o total de votos de Emilinha, que alcançou patricamente o triplo de Angela Maria, a segunda colocada.
- Rainha dos Músicos (1957) - Ordem dos Músicos (pela primeira vez os próprios músicos elegeram sua Rainha)
- Rainha da Rádio Nacional (1958)
- Rainha do Jubileu de Prata da Rádio Nacional (1961)
- Rainha do Quarto Centenário da Cidade do Rio de Janeiro (1965)
- Primeiro Lugar por 13 Anos Consecutivos no Concurso "Os mais queridos do Rádio e da Televisão" - Revista do Rádio - a pesquisa foi realizada de 1956 à 1968
- Rainha do Jubileu de Ouro da Rádio Nacional (1986)
- Cidadã Benemérita da Cidade do Rio de Janeiro (1991)
- Cidadã Paulistana (1995)
- Troféu Imprensa (1996)
- A Cantora do Brasil Mais Popular do Século XX (1999)
- A Maior Intérprete da Música Carnavalesca do MILÊNIO - Socimpro
- 50 Anos de Rainha do Rádio (1953 / 2003)
Cascatinha e Inhana
Cascatinha e Inhana - Índia
Nascidos no interior de São Paulo, desde cedo a dupla apaixonou-se pela poesia da música sertaneja. Francisco dos Santos já tocava bateria e violão e se apresentava cantando modinhas, canções e valsas românticas. Quando da chegada do circo Nova Iorque no município de Araraquara, Francisco conheceu o cantor Chopp e resolveu formar dupla com ele, adotando então o nome artístico de Cascatinha, nome de famosa cerveja da época, para estar de acordo com o nome do parceiro. Por essa época, Ana Eufrosina se apresentava como solista em um conjunto formado por seus irmãos. A dupla Chopp e Cascatinha se apresentava em circos. Francisco e Ana se conheceram e casaram em 1941. Formou-se então o Trio Esmeralda, com Chopp, Cascatinha e Inhana, nome artístico adotado por Ana. O Trio Esmeralda viajou para o Rio de Janeiro obtendo relativo sucesso. Receberam prêmios nos programas César Ladeira na Rádio Mayrink Veiga, Manuel Barcelos e "Papel carbono", este de Renato Murce, ambos na Rádio Nacional. Em 1942 o Trio se desfez com a saída de Chopp. Cascatinha e Inhana ingressaram então no Circo Estrela D'Alva, com o qual fizeram excursão pelo interior dos estados do Rio e de São Paulo, para onde retornaram. Em São Paulo continuaram a atuar em diversos circos, tendo permanecido por cinco anos no Circo Imperial.
Nascidos no interior de São Paulo, desde cedo a dupla apaixonou-se pela poesia da música sertaneja. Francisco dos Santos já tocava bateria e violão e se apresentava cantando modinhas, canções e valsas românticas. Quando da chegada do circo Nova Iorque no município de Araraquara, Francisco conheceu o cantor Chopp e resolveu formar dupla com ele, adotando então o nome artístico de Cascatinha, nome de famosa cerveja da época, para estar de acordo com o nome do parceiro. Por essa época, Ana Eufrosina se apresentava como solista em um conjunto formado por seus irmãos. A dupla Chopp e Cascatinha se apresentava em circos. Francisco e Ana se conheceram e casaram em 1941. Formou-se então o Trio Esmeralda, com Chopp, Cascatinha e Inhana, nome artístico adotado por Ana. O Trio Esmeralda viajou para o Rio de Janeiro obtendo relativo sucesso. Receberam prêmios nos programas César Ladeira na Rádio Mayrink Veiga, Manuel Barcelos e "Papel carbono", este de Renato Murce, ambos na Rádio Nacional. Em 1942 o Trio se desfez com a saída de Chopp. Cascatinha e Inhana ingressaram então no Circo Estrela D'Alva, com o qual fizeram excursão pelo interior dos estados do Rio e de São Paulo, para onde retornaram. Em São Paulo continuaram a atuar em diversos circos, tendo permanecido por cinco anos no Circo Imperial.
Em 1947 se apresentaram na Bauru Rádio Clube, que primeiro apresentou a nova dupla em rádios, nos programas "Luar do sertão" e "Cirquinho do Benjamim". Em 1948, passaram a atuar na Rádio América em São Paulo. Em 1950, foram contratados pela Rádio Record onde permaneceram atuando por doze anos. Em 1951, estrearam em disco pela Todamérica cantando a canção "La paloma", de Iradier e Pedro Almeida, e a toada brejeira "Fonteiriça", de José Fortuna, um dos compositores favoritos de Cascatinha. Em 1952, gravaram aqueles que seriam dois de seus maiores sucessos, assim como da própria MPB. Eram a canção "Meu primeiro amor" de H. Gimenez com versão de José Fortuna e Pinheirinho Jr., e a guarânia "Índia" de J. Flores e M. Guerrero, com versão de José Fortuna. A guarânia "Índia" vendeu 300 mil cópias em seu primeiro ano de lançamento e até a segunda metade dos anos 1990 vendeu mais de três milhões de discos. "Índia" mereceu ainda diversas gravações ao longo do tempo como as de Dilermano Reis ao violão, Carlos Lombardi, Trio Cristas e Valdir Calmon e sua orquestra. Em 1973 Gal Costa regravou "Índia", que deu nome a seu LP daquele ano e que obteve grande sucesso. Cascatinha e Inhana receberam em 1951 e 1953 o Prêmio Roquette Pinto. Em 1953, gravaram a toada "Mulher rendeira" tema folclórico com arranjo de João de Barro.
Em 1954, receberam a medalha de ouro da revista "Equipe" e ganharam o slogan de "Os sabiás do sertão", devido aos recursos vocais e às agradáveis nuances desenvolvidos pela dupla. Em 1953, continuando a trajetória de sucessos, lançaram as guarânias "Assunción", de José Fortuna e Federico Riera, e "Flor serrana", de Daniel Salinas e José Fortuna. A partir dessa época, seus nomes estiveram ligados à música paraguaia. Em 1955, estiveram no filme "Carnaval em lá maior", de Ademar Gonzaga, onde cantaram "Meu primeiro amor", outro grande sucesso. No mesmo ano gravaram o bolero "Queira-me muito", de G. Reig e Serafim Costa Almeida, e o rasqueado "Iracema", de Mário Zan e Nhô Pai. Outra gravação do mesmo ano e que fez muito sucesso foi a toada "Despertar do sertão", de Pádua Muniz e Elpídio dos Santos. Em 1956, lançaram mais um disco com versões de compositores paraguaios: a canção "Recordações de Ipacaraí", de D. Ortiz e Z. de Mirkim, com versão de Juraci Rago, e a guarânia "Noites do Paraguai", de S. Aguayo e P. J. Carles com versão de Nogueira Santos. Em 1957, lançaram entre outras, a valsa "Santa Cecília", de Ado Benatti e Carlos Piazolli, e a toada "Tropeiro gaúcho", de Cascatinha e Bolinha.
Em 1959, lançaram outro de seus maiores sucessos, a guarânia "Colcha de retalhos", de Raul Torres. No mesmo ano, Cascatinha foi promovido a diretor artístico da Todamérica, descobrindo vários talentos. Ainda em 1959, Cascatinha e Inhana gravaram "Rede de taboa", de Elpídeo dos Santos. Em 1960, gravaram os boleros "Quero-te", de Jolmagn, e "Mal pagadora", de L. Valdez Leal e José Fortuna. Em 1962, lançaram a canção rancheira "Coração incerto", de Nico Jimenez e J. Santana, e o rasqueado "Fui culpado", de Zacarias Mourão e Sebastião Vitto. Em 1963, lançaram a guarânia "Fujo de ti" de Waldick Soriano e Jorge Gonçalves, e o rasqueado "Felicidade", de Barrinha. Em 1967, lançaram LP com destaque para "Vinte e cinco anos", de Nonô Basílio, "O menino do circo", de Eli Camargo, "Flor do cafezal", de Carlos Paraná e "A estrela que surgiu", de Zacarias Mourão e Mário Albanesi. Em 1970, lançaram "Amor eterno", de Alfredo Borba e Edson Borges, "Se tu voltasses", de Cascatinha e Carijó, "Como que te quero", de Alberto Conde e Nilza Nunes, e "Castigo", de Marciano Marques de Oliveira. Em 1972, alcançaram sucesso com "Olhos tristonhos", de Dora Moreno. Em 1978, apresentaram no Teatro Alfredo Mesquita em São Paulo espetáculo no qual contavam sua trajetória artística. Ao longo da carreira apresentaram-se em diversos estados brasileiros, cantaram em circos, teatros e gravaram cerca de 30 discos. Em 1996, a Chantecler, dentro da série "Dose dupla", lançou o CD "Cascatinha e Inhana", com 23 composições gravadas pela dupla, entre as quais, "Índia", "Solidão", "Meu primeiro amor" e "Colcha de retalhos".
Por que o nome "Cascatinha e Inhana"?
Segundo Francisco dos Santos, o Cascatinha, em um programa do Viola Minha Viola, foi escolhido este nome para a dupla, pois seu apelido na juventude era justamente Cascatinha, e quanto à sua esposa Ana, "inhá" era uma forma de tratamento de respeito dado às mulheres, daí Inhana.
O apelido "Cascatinha" vem de quando Francisco morou na Fazenda Cascata, localizada no município de Garça-SP.
quarta-feira, 26 de maio de 2010
RODOLFO VALENTINO - PRIMEIRO GALÃ LATINO
Rodolfo Valentino - Tango
Nova Iorque
Chegando a Nova Iorque, Valentino logo ficou sem dinheiro e passou um tempo pelas ruas. Ele eventualmente arrumava alguns "bicos", seja como manobrista ou como jardineiro.
Valentino teve uma amizade profunda com a famosa herdeira chilena Blanca de Saulles, casada com o proeminente homem de negócios John de Saulles, que tinha um filho com ele e era infeliz.
De qualquer maneira, não se sabe realmente se ela e Valentino tinham um relacionamento, mas quando ela pediu o divórcio, Valentino tomou partido de Blanca em relação a divisão de bens, que não havia sido feita corretamente. Após o divórcio, John de Saulles usou suas conexões políticas e fez com que Valentino fosse preso, juntamente com Mrs. Thyme, uma conhecida madame, em "situação constrangedora não especificada". Como claramente as evidências foram forjadas, após alguns dias na cadeia a fiança de Valentino passou de $10,000 para $1,500.
Após o escândalo ser devidamente publicado, Valentino não conseguia mais emprego novamente. Pouco tempo depois, Blanca de Saulles entrou em desavença com o ex-marido sobre a custódia do filho. Temendo ser chamado como testemunha e fazer parte de outro escândalo, Valentino deixou a cidade e se juntou a um musical viajante, que o levou à costa oeste.
Carreira fílmica
Em 1917, Valentino juntou-se a uma companhia musical que viajou para Utah, onde ele acabou por se desvincular da mesma. Juntou-se então a Al Jolson na produção de Robinson Crusoe, viajando a Los Angeles. Em seguida foi a São Francisco com a peça Nobody Home. Lá, Valentino encontrou o ator Kerry Normando, que o convenceu a tentar uma carreira no cinema, ainda na época em que não havia cinema sonoro. Valentino, com Kerry como companheiro de quarto, voltou a Los Angeles e foi morar no hotel Alexandria. Continuou dançando, tendo como clientes mulheres mais velhas que lhe ofereciam luxos. Seu sucesso como dançarino o fez encontrar um quarto na Sunset Boulevard e começar ativamente a procurar papéis no cinema. Sua primeira participação foi no filme Alimony. Tendo participações menores em vários filmes, esforçou-se durante algum tempo para não ser somente chamado a fazer papéis de bandido ou gângster. Naquele tempo o maior astro era Douglas Fairbanks, com a tez justa e olhos claros, características que Valentino não possuía, e suplantado eventualmente por Sessue Hayakawa - o homem “exótico” mais popular.
Estrelato
Em 1917 retorna a Nova Iorque para uma visita, e acaba por conhecer Paul Ivano, que o ajudaria na carreira.
Ao viajar para Palm Springs, nas filmagens de Stolen Moments, Valentino leu a novela The Four Horsemen of the Apocalypse, de Vicente Blasco Ibáñez. Procurando um papel diferente , descobriu que a Metro havia comprado os direitos de produção da história. Em New York, procurou o escritório da Metro para falar com June Mathis, que acabou por selar uma espécie de paz entre Valentino e o diretor do filme, Rex Ingram.
Os quatro cavaleiro do Apocalipse foi lançado em 1921, transformando-se um sucesso comercial e crítico. Foi uma das primeiras películas a dar lucro de mais de $1.000.000 , assim como 0 6º melhor filme da era, em termos de venda.
A Metro parecia pouco disposta a reconhecê-lo como estrela, provavelmente devido à falta de fé do diretor Rex Ingram nele. Assim, o estúdio recusou-se a lhe dar um aumento de $350 semanais pelo filme Os quatro cavaleiro do apocalipse. Para que ele fizesse a continuação do filme, forçaram-no a participar de um filme B, chamado Uncharted Seas. E foi neste filme que Valentino conheceu sua segunda esposa, Natacha Rambova
Rambova, Mathis, Ivano e Valentino começaram a trabalhar no filme Camille , de Alla Nazimova. Valentino interpretou Armand, interesse do amor de Nazimova. O filme, na maior parte controlado por Rambova e de Nazimova, foi considerada demasiado vanguardista por críticos da época.
O último filme de Valentino para a Metro foi The Conquering Power. A aclamação da crítica recebida pelo filme fez bem ao caixa do estúdio. Após o lançamento do filme, Valentino viajou a Nova Iorque para encontrar-se com vários produtores franceses. Com ânsia pela Europa, onde se pagava melhor e havia mais respeito, Valentino retornou e prontamente encerrou seu contrato com a Metro.
Retorno aos filmes
Quando Valentino retornou aos EUA (com uma oferta da Ritz-Carlton Pictures - que trabalhava com Jesse Lasky - e incluía $7,500 por semana, controle criativo e filmagem em Nova Iorque), Rambova negociou dois filmes com Jesse Lasky e quatro com a Ritz Carlton. Valentino aceitou, desistindo de uma oferta italiana chamada Quo Vadis.
O primeiro filme com o novo contrato era Monsieur Beaucaire, onde Valentino interpretava o Duke de Chartres. O filme ficou ruim e a audiência americana achou "afeminado". A falha do filme, controlado por Rambova, é considerada a prova para Valentino bani-la de seus sets .
Em 1924, Valentino fez o último filme para os estúdios de Jesse Lasky, The Sainted Devil, agora perdido. Tinha figurinos diferentes e uma história fraca. Apesar disso, começou vendendo muito bem, tornando-se, logo, mais um desapontamento.
Com seu contrato cumprido, Valentino foi liberado por Jesse, mas obrigado a fazer os 4 filmes para a Ritz-Carlton. Seu filme seguinte foi The Hooded Falcon. A produção começou mal, Valentino pediu a Mathis que o re-escrevesse. Mathis levou isso como um insulto e não falou com Valentino por dois anos. Rambova começou a trabalhar como figurinista, e re-escreveu o script de Falcon. Valentino foi persuadido a filmar Cobra, com Nita Naldi, mas também impôs suas condições: só o faria se ele não fosse lançado antes de The Hooded Falcon.
Após filmar Cobra, o cast de The Hooded Falcon foi à França para a finalização do figurino. Depois de 3 meses, voltando à América, houve sensação devido a Valentino ter deixado a barba crescer para o filme. O grupo e os moldes foram preparados em Hollywood, mas muito do orçamento foi gasto somente na pré-produção. Devido à despesa pródiga de Valentino em trajes e em jogos, Ritz-Carlton terminou o negócio com a dupla (ele e Rambova).
Morte e funeral
Em 15 de agosto de 1926, Valentino teve um colapso, no Hotel Ambassador, em Nova Iorque. Foi hospitalizado na Policlínica de Nova Iorque e submeteu-se a uma cirurgia referente a uma úlcera perfurada. A cirurgia foi bem sucedida e ele pareceu se recuperar. Infelizmente, abateu-se-lhe uma peritonite, que se propagou por todo o corpo. Morreu oito dias mais tarde.
Mais de 100.000 pessoas foram às ruas de Nova Iorque para oferecer as suas condolências. O evento em si era um drama próprio: a atriz Pola Negri desmoronou de histeria sob o caixão e janelas foram despedaçadas pelas fãs. Revelou-se mais tarde como um conluio de planejamento de publicidade. A missa fúnebre de Valentino em Nova Iorque ocorreu na igreja católica romana de "Malachy de Saint", chamada frequentemente de “capela do ator”, porque fica situada na rua do oeste 49th no distrito do teatro de Broadway, e tem uma associação longa com figuras do show business.
Depois que o corpo de Valentino foi levado por trem através do país, um segundo funeral se deu na costa oeste, na igreja católica do bom pastor em Beverly Hills. June Mathis, seu grande amigo, ofereceu sua cripta para que Valentino fosse enterrado, pois seria uma solução provisória. Entretanto, Mathis morreu no ano seguinte e Valentino foi colocado na cripta adjacente. Os dois ainda estão enterrados lado a lado no cemitério de Hollywood.
Durante anos, em todos os aniversários de sua morte, uma mulher de negro colocou rosas em seu túmulo. Descobriu-se em 1945 que ela era Marion Brenda, que Valentino conhecera numa festa pouco antes de morrer. Ela afirmava ter se casado com ele, o que nunca foi comprovado.
Valentino deixou a sua mansão ao seu irmão, irmã e Teresa Werner (tia de Rambova).
Filmes sobre Valentino
A vida de Rudolph Valentino foi filmada para televisão e cinema. Uma destas biografias é o filme Valentino , de Ken Russell, no qual Valentino é retratado por Rudolf Nureyev.
Um filme mais profundo sobre o ator, igualmente chamado Valentino, foi lançado em 1951, onde Anthony Dexter é Valentino.
O curta metragem Daydreams of Rudolph Valentino, com ator Vladislav Kozlov como Valentino, foi apresentado no cemitério de Hollywood em 23/08/2006, marcando 80 anos da morte de Rodolfo Valentino.
quarta-feira, 12 de maio de 2010
Libertad Lamarque: A rainha das Americas
Libertad Lamarque - Silêncio
Libertad Lamarque de Bouza (Rosário, 24 de Novembro de 1908 — Cidade do México, 12 de Dezembro de 2000 (92 anos)) foi uma atriz argentina radicada no México.
Libertad Lamarque de Bouza (Rosário, 24 de Novembro de 1908 — Cidade do México, 12 de Dezembro de 2000 (92 anos)) foi uma atriz argentina radicada no México.
Biografia
Filha de um uruguaio de origem francesa e de uma imigrante espanhola, desde os primeiros anos de vida Libertad mostrou grande talento para a atuação e principalmente para cantar, razão pela qual sua mãe apoiou-a em tudo o que pode, aos sete anos estreou-se numa peça de teatro, e aos doze anos já era uma profissional.
Em 1922, a família Lamarque foi viver em Buenos Aires onde Libertad poderia alcançar um futuro artístico. Quando Libertad completou dezoito anos, em 1926, gravou o seu primeiro disco de tangos, que foi um admirável sucesso. Os êxitos sucederam-se, mas Libertad sentia necessidade de amar e ser amada em casa com Emílio Romero, com quem teve uma filha em 1928 de nome Mirtha. Passados anos as decepções começam a surgir e Libertad pede o divórcio, mas naquele tempo era muito difícil.
Após este fato, Libertad começa a sofrer de depressões e com o desespero tenta suicidar-se atirando-se de uma janela de um hotel em Santiago do Chile, mas felizmente o toldo do hotel a salva. Logo o seu ex-marido, rapta sua filha e leva-a para o Uruguai.
Libertad acompanhada de polícia e amigos parte para Montevideu, com o propósito de recuperar a sua filha. Mas a sua carreira continuou e sempre com êxitos, embora uma grande discussão com a colega de teatro Eva Duarte, levou-a a sair da Argentina e ir para o México acompanhada pelo seu segundo marido.
Em 1945 no México todos conheciam Lamarque como uma excelente atriz dramática, uma ótima cantora de tangos, boleros e canções folclóricas da América Latina, e por estes motivos começaram a chamar-lhe a “Noiva da América”.
Quando volta a Buenos Aires, depois da queda de Peron, entrou na peça “La Dolly Levy” de Hello Dolly, o povo ansioso por aquela magnífica voz, aclamou-a com admiração, respeito e amor. Em toda a América do Sul Libertad junta multidões. Os anos passaram e em 1996 decidiu radicar-se em Miami, Flórida, acompanhada de sua ajudante Irene Lopez, e sua filha Mirtha, seu genro, cinco netos e dez bisnetos ficaram em Buenos Aires.
Com 92 anos Libertad continuava ativa, alegre, cordial e muito feliz porque tinha uma participação especial numa telenovela A Usurpadora.
Numa manhã, sentiu-se mal e teve de ser internada de urgência no Hospital do Distrito Federal mexicano, onde esteve hospitalizada dez dias, e no dia 12 de Dezembro de 2000 (dia da Virgem de Guadalupe), a Dama do Tango, a Noiva da América veio a falecer. Seu corpo foi cremado e as suas cinzas deitadas na costa de Miami.
Telenovelas
- A usurpadora - Vovó Piedade Bracho
- Carinha de anjo - Madre Superiora
- Soledad - "Soledad"
- Amada - "Amada"
Elvis Presley...Eterno
Começo da carreira profissional
Em 18 de Julho de 1953 e posteriormente em 4 de Janeiro, 5 de Junho e 26 de Junho de 1954, Elvis grava algumas canções de forma experimental, no "Memphis Recording Service", filial da Sun Records. Entretanto, em julho de 1954, Elvis entra em estúdio e grava outras canções iniciando assim sua carreira profissional. No dia 5 de julho de 1954,considerado o "marco zero" do rock, Elvis ensaiava algumas canções , até que, em um momento de descontracção, de forma improvisada, começou a cantar "That's All Right, Mama", provocando em Sam Phillips um grande entusiasmo.Surgia então o rock'n and roll. "Take" realizado, nova canção, no gênero, foi concebida; dessa vez, "Blue Moon of Kentucky", com nova grande aprovação. Ambas comporiam seu primeiro disco, um "compacto simples" (single). Participaram das sessões, além de Elvis e Sam, o guitarrista Scotty Moore e o baixista Bill Black.
No dia 7 de Julho as duas canções são executadas pela primeira vez numa rádio de Memphis, o resultado é um sucesso absoluto.country da Billboard na cidade de Memphis e "That's All Right" atinge o quarto lugar da mesma parada. Já no dia 17 de Julho ele realiza o seu primeiro espetáculo na cidade de Memphis, em 2 de Outubro ele faz seu primeiro espetáculo fora de Memphis, a cidade escolhida foi a capital do Country, Nashville. Em 8 de Outubro, Elvis faz sua primeira apresentação fora do estado do Tennessee, a cidade escolhida é Atlanta na Geórgia. No dia 16 do mesmo mês Elvis tem provavelmente o seu primeiro grande momento na carreira, ele realiza na cidade de Shreveport no estado da Louisiana um espetáculo que era transmitido pela rádio local de enorme sucesso na época chamado "Louisiana Hayride", onde foi recebido de forma bastante entusiasmada pela plateia. O ano de 1955 pode ser avaliado como a génese do sucesso nacional de Elvis. Além das inúmeras polémicas em torno das suas apresentações. Somando-se a isso, as suas performances em programas de rádio e algumas apresentações em programas locais de televisão, onde ele se destaca. As suas canções começam a fazer sucesso nacionalmente, "Mystery Train" chega ao 11º lugar na parada nacional country da Billboard, "Baby, Let's Play House" atinge o 5º posto na mesma parada, até culminar com a primeira canção "número um" nos charts nacionais, canção denominada "I Forgot To Remember To Forget". Neste mesmo ano ele conheceria o seu empresário Tom Parker, que agenciaria sua carreira ao longo de sua vida. Apesar dos múltiplos rumores, dos quais o próprio Elvis fora sabedor, apenas nos anos 80 revelou-se, publicamente, seu verdadeiro nome e nacionalidade. Parker recebera título-honorário, seu verdadeiro nome era Andreas Cornelius van Kuijk, oriundo da Holanda e nascido em 1909. A biografia de Parker é enormemente polêmica, controvertida e ambivalente, assim como sua função empresarial. Em novembro de 1955, após expressiva repercussão, seu contrato foi vendido para RCA Victor.
Fama e a consagração mundial
Em 1956, Elvis tornou-se uma sensação internacional. Com um som e estilo que, uníssonos, sintetizavam suas diversas influências, ameaçavam a sociedade conservadora e repressiva da época e desafiavam os preconceitos múltiplos daqueles idos, Elvis fundou uma nova era e estética em música e cultura populares, consideradas, hoje, "cults" e primordiais, mundialmente. Suas canções e álbuns transformam-se em enormes sucessos e alavancaram vendas recordes em todo o mundo. Elvis tornou-se o primeiro "mega star" da música popular, inclusive em termos de marketing. Muitos postulam que essa revolução chamada rock, da qual Elvis foi emblemático, teria sido a última grande revolução cultural do século XX; já que, as bandas, cantores e compositores que surgiram nas décadas seguintes - e fizeram muito sucesso, foram influenciados, de alguma maneira, direta ou indiretamente por Elvis. O que pode ser considerado verdade! O preço do pioneirismo transformador, entretanto, é altíssimo. Elvis foi implacavelmente perseguido pelos múltiplos segmentos reacionários estadunidenses e por todas as etnias. Os brancos, preconceituosos burgueses representantes da classe dominante, achavam-no vulgar, enquanto representante de uma estética popular, cuja interface negra - o rock, "filho" também do R&B - era uma música de negros e para negros e, por isso, considerada "menor" por aquele grupo dominante. Já os negros, achavam que por ser uma música de origem negra, nenhum branco deveria representá-la e divulgá-la, mormente para um faturamento que sempre lhes fora negado! Elvis, em verdade, foi perseguido e tornou-se vítima de muitos preconceitos por ir de encontro a um sistema estabelecido e quiçá por ter origens humildes, um "caipira sulista", fato pelo qual ele sempre foi discriminado. Muitos de seus admiradores postulam que somente o seu talento e perseverança o mantiveram "vivo" até os dias atuais e que a descrição de que ele só fez sucesso por possuir uma aparência de certa forma agradável, não é mais considerada como uma versão admissível pelos biógrafos sérios e historiadores daquela época e da música, sendo consideradas nos dias atuais como risíveis e recheadas de clichê. Mas Elvis superou as adversidades, ainda que a pecha da vulgaridade tenha permanecido no seio dos segmentos mais ostensivos às camadas mais populares. Tornou-se o "O Rei da Guitarra Elétrica"! - lembram os estudiosos de sua obra, com propriedade, o gênero que, curiosamente, menos interpretou quantitativamente; título outorgado primeiramente pela revista Variety. Até os dias atuais, Elvis é lembrado como um dos maiores nomes da música em todos os tempos, ainda que sua importância maior talvez ainda esteja por ser estudada e compreendida, por epistemólogos da Sociologia e Psicanálise, principalmente. Suas apresentações televisivas quebraram todos os recordes de audiência, além das inevitáveis polêmicas geradas por suas performances explosivas. Podem ser citadas como exemplos, as interpretações de "Hound Dog" nos programas de Ed Sullivan e Milton Berle. Um fato bastante propalado e que evidencia esse momento são as famosas censuras em torno de suas apresentações televisivas, fato comprovado pelas apresentações onde ele foi filmado da cintura para cima, uma em 1956 no programa "The Steve Allen Show" e outra em 1957 no programa "The Ed Sullivan Show". Em 1 de Abril de 1956 Elvis grava uma performance em cores da canção "Blue Suede Shoes", cena esta que fazia parte de um teste feito pela 20th Century Fox para o filme "Love Me Tender", sendo que a referida cena não foi transmitida na época, tendo permanecido nos arquivos da "FOX" até finais da década de 80, essa talvez tenha sido sua primeira performance em cores, afinal, naquela época a transmissão em cores estava em seu início. Os filmes "Love Me Tender", "Loving You", "Jailhouse Rock" e "King Creole" foram um grande sucesso de público e, principalmente, os dois últimos, também tiveram seus méritos reconhecidos pela crítica especializada. No mês de Outubro de 1956, Elvis realiza um espetáculo na cidade de Dallas no estádio "Cotton Bowl" para um público estimado de 27 mil pessoas, algo incomum para um artista solo naqueles idos. Em janeiro de 1957, em sua última apresentação no programa de Ed Sullivan, Elvis provocou uma enorme celeuma, quando, contra a vontade do apresentador, cantou a música gospel preferida de sua mãe, "Peace In The Valley". A repercussão foi imediata e polêmica, levando-o à gravação de seu primeiro disco gospel, um EP (compacto duplo com quatro canções). No final de 1957, um show realizado no Pan Pacific de Los AngelesCanadá, os seus únicos shows fora dos EUA, em um total de cinco espetáculos que abalaram o país vizinho. Neste ano, Elvis adquiriu a mansão Graceland, sua eterna morada. Em 1959 conhece Priscilla Beaulieu (que tinha 14 anos na época), que viria a ser sua mulher alguns anos mais tarde.
- Ida ao Exército e morte da mãe
Em 1958, Elvis foi para o exército, uma convocação real, facilmente descartável, porém aproveitada comercialmente por seu empresário para expandir sua faixa de público. Transferido, permaneceu na Alemanha de outubro de 1958 até março de 1960. Em agosto de 1958, o falecimento de sua mãe transformar-se-ia no marco mais dramático de sua vida. Elvis jamais voltaria a ser o mesmo no quesito pessoal. Ironicamente, nesse momento, Elvis é o maior ídolo mundial de todos os tempos.
Anos 60
- A volta do Exército
Em março de 1960, Elvis retornou da Alemanha e surpreendeu o mundo ao aceitar o convite para participar do programa de Frank Sinatra, "The Frank Sinatra Show - The Timex Special", realizando uma de suas melhores performances televisivas. Selou, a partir de então, uma relação de cordialidade com seu anfitrião e com Sammy Davis, Jr. - com quem, inclusive, ensaiou os números de orquestracinema, Elvis Presley contou com a sensível direção do veterano Don Siegel no filme Flaming Star, um novo reconhecimento da crítica, virando um de seus mais bem sucedidos filmes em qualidade, ainda que tenha, curiosamente, desapontado seu público, à época, exigente de películas apenas histriônicas. No mesmo ano de 1960, Elvis novamente surpreende e lança um álbum gospel, contrariando o seu empresário e os proprietários da gravadora, que não viam com bons olhos um trabalho nesse gênero musical, entretanto, seguindo seu instinto e de certa forma querendo homenagear sua mãe, ele participa de toda a parte de produção e no final do ano o álbum é lançado tornando-se um grande sucesso de público e crítica. Já em 1961, Elvis realizou shows em Memphis (2) e no Hawaii com grande sucesso de crítica e público. O show havaiano, beneficente, concordam seus seguidores mais iniciados e alguns críticos, tornou-se emblemático de apresentações clássicas, no gênero, no show-business. No mesmo ano, Elvis foi homenageado com o "Dia Elvis Presley", tanto na cidade de Memphis como no estado do Tennessee. Elvis provava que sua ida ao Exército e o fim da década de 50 não abalaria seu sucesso e que alguns de seus álbuns na década de 60 tornariam-se clássicos, sendo avaliados como alguns dos melhores de sua carreira. -, que perduraria ao longo de sua vida. O programa bateu todos os recordes de audiência do ano, inserindo Elvis em um nova faixa de público e apresentado pela "Rat Pack", naquele momento, contava com grande prestígio, razão pela qual o astuto empresário Tom Parker o garimpara. No cinema, Elvis Presley contou com a sensível direção do veterano Don Siegel no filme Flaming Star, um novo reconhecimento da crítica, virando um de seus mais bem sucedidos filmes em qualidade, ainda que tenha, curiosamente, desapontado seu público, à época, exigente de películas apenas histriônicas. No mesmo ano de 1960, Elvis novamente surpreende e lança um álbum gospel, contrariando o seu empresário e os proprietários da gravadora, que não viam com bons olhos um trabalho nesse gênero musical, entretanto, seguindo seu instinto e de certa forma querendo homenagear sua mãe, ele participa de toda a parte de produção e no final do ano o álbum é lançado tornando-se um grande sucesso de público e crítica. Já em 1961, Elvis realizou shows em Memphis (2) e no Hawaii com grande sucesso de crítica e público. O show havaiano, beneficente, concordam seus seguidores mais iniciados e alguns críticos, tornou-se emblemático de apresentações clássicas, no gênero, no show-business. No mesmo ano, Elvis foi homenageado com o "Dia Elvis Presley", tanto na cidade de Memphis como no estado do Tennessee. Elvis provava que sua ida ao Exército e o fim da década de 50 não abalaria seu sucesso e que alguns de seus álbuns na década de 60 tornariam-se clássicos, sendo avaliados como alguns dos melhores de sua carreira.
- Hollywood, bons e maus momentos
No período de 1960 até 1965, os seus filmes são um grande sucesso de público no mundo inteiro. Alguns críticos mais generosos, ainda que implacáveis acerca da qualidade duvidosa das películas, clamavam por melhores oportunidades e personagens para Elvis Presley que, entretanto, envolvido em uma ciranda mercadológica, não se dispunha a aprender o ofício e frequentar Escolas de Artes Cênicas confiáveis, para aprimorar-se no ofício - a exemplo de Marlon Brando, e muitos outros. Ainda assim, sua versatilidade esteve presente e vários gêneros foram visitados, sendo elogiado por algumas de suas performances, mesmo os roteiros não sendo avaliados como satisfatórios, ou seja, ele fazia a sua parte com méritos, mesmo não possuindo material de qualidade - entre os gêneros apresentados em seus filmes podem ser destacados, "musical", "faroeste", "drama" e "comédia" - os maiores e melhores destaques nesse período foram, Flaming Star (1960), Wild In The Country (1961), Follow That Dream (1962), Kid Galahad (1962), Fun in Acapulco (1963), Viva Las Vegas (1964), Roustabout (1964). A partir de 65, seus filmes e trilhas-sonoras perderam qualidade drasticamente, configurando período de grande alienação e tédio pessoal para o artista. Durante as filmagens de "Viva Las Vegas", em 1963, os protagonistas, Elvis e Ann-Margret, sueca de beleza estonteante, apaixonaram-se intensamente; o que legou bons resultados ao produto final. E muita especulação na mídia. O filme "Viva Las Vegas" é considerado um de seus melhores momentos no cinema, sendo muito elogiado até os dias atuais.
Marlene, a Rainha do Rádio
Marlene ...Lata D'Agua Na Cabeça
Carreira artística
Victória acabou deixando o curso de contadora em segundo plano, priorizando sua atividade artística. Então, em 1940, ela estreou como profissional na Rádio Tupi de São Paulo. Tudo isto, contudo, fez escondida da família, que, por razões religiosas e socias vigorantes na época, não poderia admitir uma incursão no mundo artístico. O nome artístico esconderia sua verdadeira identidade até ser descoberta faltando aulas por causa de seu expediente na rádio, o que resultou num castigo exemplar por parte de sua mãe. Mas ela já estava decidida a seguir carreira.
Assim, em 1943, cercada pela desaprovação por parte da família, ela partiu para o Rio de Janeiro, onde, após se aprovada no teste com Vicente Paiva, passou a cantar no Cassino Icaraí, em Niterói. Ali permaneceu por dois meses até conhecer Carlos Machado, o qual a convidou para o Cassino da Urca, contratando-a como vocalista de sua orquestra.
Em 1946, houve a proibição dos jogos de azar e o consequente fechamento dos cassinos por decreto do presidente Eurico Gaspar Dutra. Marlene então seguiu com a orquestra de Carlos Machado para a Boate Casablanca. Dois anos depois, tornou-se artista do Copacabana Palace a convite de Caribé da Rocha, o qual a promoveu de crooner a estrela da casa.
Passou a atuar também na Rádio Mayrink Veiga e, no ano seguinte, na Rádio Globo. Nesse ínterim, já se tinha dado sua estréia no disco, pela Odeon, em meados de 1946, com as gravações dos sambas Suingue no morro (Amado Régis e Felisberto Martins) e Ginga, ginga, moreno (João de Deus e Hélio Nascimento). Mas foi no carnaval do ano seguinte que Marlene emplacou seu primeiro sucesso, a marchinha Coitadinho do papai (Henrique de Almeida e M. Garcez), em companhia dos Vocalistas Tropicais, campeã do concurso oficial de músicas carnavalescas da Prefeitura do Distrito Federal. E foi cantando esta música que ela estreou no programa César de Alencar, na Rádio Nacional, com grande sucesso, em 1948. Marlene se tornaria uma das maiores estrelas da emissora, recebendo o slogan Ela que canta e dança diferente. Ainda nesse ano, foi contratada pela gravadora Continental, estreando com os choros Toca, Pedroca (Pedroca e Mário Morais) e Casadinhos (Luís Bittencourt e Tuiú), este cantado em duo com César de Alencar. Marlene esperou o fim de seu contrato com o Copacabana Palace para abandonar os espetáculos nas boates, dedicando-se ao rádio, aos discos e, posteriormente, ao cinema e ao teatro.
Rainha do Rádio
Nessa época, a maior estrela da Rádio Nacional era Emilinha Borba, mas as irmãs Linda e Dircinha Batista eram também muito populares, e as vencedoras, por anos consecutivos, do concurso para Rainha do Rádio. Este torneio era coordenado pela Associação Brasileira de Rádio, sendo que os votos eram vendidos com a Revista do Rádio e a renda era destinada para a construção de um hospital para artistas. Então, em 1949, Marlene venceu o concurso de forma espetacular. Para tal, recebeu o apoio da Companhia Antarctica Paulista. A empresa de bebidas estava prestes a lançar no mercado um novo produto, o Guaraná Caçula, e, atenta à popularidade do concurso, pretendiam usar a imagem de Marlene, Rainha do Rádio, como base de propaganda de seu novo produto, dando-lhe, em troca, um cheque em branco, para que ela pudesse comprar quantos votos fossem necessários para sua vitória. Assim, Marlene foi eleita com 529.982 votos. Ademilde Fonseca ficou em segundo lugar, e Emilinha Borba, dada como vencedora desde o início do concurso, ficou em terceiro. Desse modo, originou-se a famosa rivalidade entre os fãs de Marlene e Emilinha, uma rivalidade que, de fato, devia muito ao marketing e que contribuiu expressivamente para a popularidade espantosa de ambas as cantoras pelo país. Prova disso foram as gravações que elas fizeram em dueto naquele ano, com o samba Já vi tudo (Amadeu Veloso e Peter Pan) e a marchinha Casca de arroz (Arlindo Marques Jr. e Roberto Roberti). Foram sucessos no Carnaval de 1950, e no começo desse ano, com a marchinha A bandinha do Irajá (Murilo Caldas), também sucesso no Carnaval.
A eleição para Rainha do Rádio ainda lhe rendeu um programa exclusivo na Rádio Nacional, intitulado Duas majestades, e um novo horário no programa Manuel Barcelos, onde permaneceu como estrela até o fechamento do auditório da Rádio Nacional. A estrela Marlene ajudou vários colegas seus,inclusive usando seu prestígio e influência junto à direção da Rádio Nacional,trouxe para a emissora,as vozes de Jorge Goulart e Nora Ney,que ali permaneceram por décadas,só saindo por causa de problemas com o governo da época da ditadura militar no país.Também foi Marlene a madrinha de um de seus frenéticos fãs,o jovem Luiz Machado,que veio a ser locutor comercial dos programas, de Manoel Barcelos. Participou também de outros programas, como o de César de Alencar, o de Paulo Gracindo, bem como Gente que brilha, Trem da alegria, Show dos bairros e o de José Messias,porem o jovem locutor Luiz Machado,deixou a rádio,também com problemas com o governo da ditadura militar,saido junto com Cesar de Alencar,e vários outros artistas,que não se enquadravam àquele regime governamental.Luiz posteriormente dedicou-se aos estudos,não voltando ao rádio,devido a variações em suas cordas vocais,embora não concluindo a faculdade de direito de Valença/RJ.Deixou a faculdade para seguir a profissão de Motorista de ônibus em turismo rodoviário,porém mantendo-se como fã fiel á grande Marlene,a quem agradece até os dias de hoje,atualmente com 59 anos a oportunidade por ela oferecida. Marlene manteve o título ainda pelo ano seguinte. Ela então passou a ser cantora exclusiva do programa Manuel Barcelos, enquanto que Emilinha tornou-se exclusiva do de César de Alencar. Ainda naquele ano, gravou dois de seus maiores sucessos, acompanhada d'Os Cariocas, Severino Araújo e Orquestra Tabajara: os baiões Macapá e Que nem jiló (Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga). Participou da revista Deixa que eu chuto, no Teatro João Caetano, no Rio. Atuou intensamente no teatro musicado, excursionando pelo exterior e por todo o Brasil em inúmeros espetáculos. Participou também do filme Tudo Azul, ao lado do futuro marido Luís Delfino, produzido por Rubens Berardo e dirigido por Moacyr Fenelon.
quarta-feira, 5 de maio de 2010
Quando me tornei Invisivel (Essa é a vida dos idosos)
Já não sei em que data estamos.
Nesta casa não há folhinhas e, em minha memória
tudo está revolto. As coisas antigas foram desaparecendo.
E eu também fui apagando sem que ninguém se desse conta.
Nesta casa não há folhinhas e, em minha memória
tudo está revolto. As coisas antigas foram desaparecendo.
E eu também fui apagando sem que ninguém se desse conta.
Quando a família cresceu, me trocaram de quarto.
Depois, me passaram a outro menor ainda acompanhada
de minhas netas. Agora ocupo a edícula,
no quintal de trás.
Depois, me passaram a outro menor ainda acompanhada
de minhas netas. Agora ocupo a edícula,
no quintal de trás.
Prometeram-me trocar o vidro quebrado da janela,
mas se esqueceram. E nas noites, por ali sopra
um ventinho gelado que aumenta minhas dores reumáticas.
mas se esqueceram. E nas noites, por ali sopra
um ventinho gelado que aumenta minhas dores reumáticas.
Um dia a tarde me dei conta que minha voz desapareceu.
Quando falo, meus filhos e meus netos não me respondem.
Conversam sem olhar para mim, como se eu não estivesse com eles.
Às vezes, digo algo, acreditando que apreciarão meus conselhos.
Mas não me olham, não me respondem. Então, me retiro para o meu
canto antes de terminar a caneca de café
O faço para que compreendam que estou enojada,
para que venham procurar-me e me peçam perdão…
Mas ninguém vem. No dia seguinte lhes disse:
- Quando eu morrer, então sim vão sentir minha falta
.
E meu neto perguntou:
- Estás viva, vovó? (rindo-se)
Estive três dias chorando em meu quarto,
até que numa certa manhã, um dos meninos entrou
a jogar umas rodas velhas…
para que venham procurar-me e me peçam perdão…
Mas ninguém vem. No dia seguinte lhes disse:
- Quando eu morrer, então sim vão sentir minha falta
.
E meu neto perguntou:
- Estás viva, vovó? (rindo-se)
Estive três dias chorando em meu quarto,
até que numa certa manhã, um dos meninos entrou
a jogar umas rodas velhas…
Nem o bom dia me deu.
Foi então quando me convenci de que sou invisível.
Uma vez, os meninos vieram dizer-me que no dia seguinte
iríamos todos ao campo. Fiquei muito feliz.
Fazia tanto tempo que não saía!
Fui a primeira a levantar. Quis arrumar as coisas com calma.
Nos, os velhos tardamos muito, assim, me ajeitei a tempo
para não atrasá-los.
Em pouco tempo, todos entravam e saíam da casa correndo,
jogando bolsas e brinquedos no carro.
Foi então quando me convenci de que sou invisível.
Uma vez, os meninos vieram dizer-me que no dia seguinte
iríamos todos ao campo. Fiquei muito feliz.
Fazia tanto tempo que não saía!
Fui a primeira a levantar. Quis arrumar as coisas com calma.
Nos, os velhos tardamos muito, assim, me ajeitei a tempo
para não atrasá-los.
Em pouco tempo, todos entravam e saíam da casa correndo,
jogando bolsas e brinquedos no carro.
Eu já estava pronta e muito alegre.
Parei na porta e fiquei esperando.
Quando se foram, compreendi que eu não estava convidada.
Talvez porque não cabia no carro.
Senti como meu coração se encolhia, o queixo me tremia
como alguém que tinha vontade de chorar.
Eu os entendo. São jovens. Riem, sonham, se abraçam, se beijam.
E eu... Antes beijava os meninos, me agradava tê-los nos braços,
como se fossem meus. E, até cantava canções de berço que havia
esquecido. Mas um dia…
Minha neta acabava de ter um bebê.
Me disse que não era bom que os velhos beijassem
aos meninos por questões de saúde.
Desde então, não me aproximei mais deles.
Tenho tanto medo de contagiá-los!
Eu os bendigo a todos e os perdôo, porque...
que culpa eles têm, de que eu tenha me tornado invisível?
Me disse que não era bom que os velhos beijassem
aos meninos por questões de saúde.
Desde então, não me aproximei mais deles.
Tenho tanto medo de contagiá-los!
Eu os bendigo a todos e os perdôo, porque...
que culpa eles têm, de que eu tenha me tornado invisível?
Texto Original- "El dia que me volvi invisible"
autora-Silvia Castillejon Peral
Cidade do México-2002
autora-Silvia Castillejon Peral
Cidade do México-2002
As Galvão (batizada pelo Zé Betio)
As Galvão - Prisioneira
Sapesal, uma pequena cidade do interior de São Paulo, abrigava Bertholdo e Maria, um casal de artesãos, ele alfaiate, ela costureira. Durante os serões para a entrega da costura, cantavam para alegrar a vida, e, aos domingos e feriados, dividiam sua alegria com toda a cidade, organizando festas e serestas. Viravam a noite em rodas de violeiros e cantadores, fazendo o povo feliz. Foi nesse ambiente musical que nasceu a dupla. Mary Zuil nasceu em Ourinhos-SP e Marilene nasceu em Palmital-SP. Aos 5 anos Mary, de tanto ouvir os cantores, começou seus primeiros "ensaios". Tinha uma voz privilegiada, entusiasmando os habitantes da pequena cidade, que insistiam para que Bertholdo a mostrasse como presente, alegrando os que a ouviam. Graças a tanta insistência, ele ensaiava a filha e em 1946, com 6 anos, Mary levada por Mário Pavanelli (Marinho), começou a cantar músicas de sucesso, aos domingos, na Rádio Club Marconi, de Paraguaçu Paulista, em um programa apresentado por Sidney Caldini.
Um dia, quando ensaiava para o programa, Marilene, sem que ninguém tivesse planejado, entrou cantando em dueto. Mais uma vez o pessoal da cidade entra em cena e incentiva seu Bertholdo a apresentá-las como dupla. Assim começou a carreira de Mary e Marilene: cantando na mesma rádio Club, em horário nobre e já fazendo parte de um elenco de profissionais. Tinham apenas 7 e 5 anos, respectivamente, e o nome artístico de Irmãs Galvão. Por causa do grande sucesso, a família muda-se para uma cidade maior: Assis. Contratadas pela Rádio Difusora, Assis foi um trampolim para a Rádio Cultura de Maringá, no Paraná, em que tiveram um programa exclusivo. Nos shows que a emissora promovia com gente famosa de São Paulo sempre mostravam a dupla, para ser conhecida. Como costumava acontecer, incentivavam o pai a levá-las para São Paulo, pois lá estaria a oportunidade de gravarem um disco.
Mais uma vez, com a cabeça cheia de sonhos, ele vende tudo e migra para São Paulo, investindo na carreira das filhas. Lá chegando, munido de uma carta de recomendação do Dr. Miguel Leuzzi, dono de uma Rede de Emissoras, vão até a Rádio Piratininga. O diretor, quando viu duas menininhas, não quis ouvi-las, mas Bertholdo, confiando no talendo das filhas, inscreveu-as num programa de calouros da emissora chamado Torre de Babel, sucesso apresentado por Salomão Esper. Elas não puderam concorrer ao prêmio porque o programa era de adultos, porém, comovido com as pequeninas, Salomão perguntou se apenas queriam cantar. "Foi isso que viemos fazer", responderam. "Então cantem", disse ele, e a dupla não conseguiu cantar apenas uma música. Vieram outra, outra e mais outras, encantando a todos, inclusive ao próprio diretor, que não as recebera. Tinham então 12 e 10 anos, e, a partir daí, foram contratadas como profissionais. Quando a Rádio Nacional, hoje Globo, as ouviu, cobriu a oferta da Piratininga e contratou-as para um programa de auditório. Em seguida, veio a contratação pela Rádio Bandeirantes, para um programa comandado pelo Comendador Biguá, que se apaixonou pela dupla. Era o famoso Na Serra da Mantiqueira. Na mesma época apresentaram-se no Brasil Caboclo, comandado pelo Capitão Barduíno, campeão de audiência no Brasil. Recebiam correspondência de todo o país.
Um dia, ouvindo o programa, Diogo Mulero, o "Palmeira", diretor artístico da RCA Victor, descobriu-as. Saiu de casa bem cedo, procurou-as, apresentou-se e ofereceu-lhes uma gravação de disco, levando-as para o Rio de Janeiro, onde gravaram o primeiro 78 rotações. Em seguida, vieram os compactos, LPs e atualmente os CDs. Ficaram na RCA por mais de 20 anos. Fizeram shows em todo o Brasil, ganharam o Troféu Oceania da UASP (União dos Artistas Sertanejos Paulistas), prêmios de interpretação em festivais, Disco de Ouro com a música No Calor dos Teus Abraços e o Prêmio Sharp com Lembranças, como o disco do ano, produzido por Paulo de Betio e Mário Campanha. Em 2002 receberam a Medalha de Ouro do Grammy Latino de Los Angeles com o CD Nóis e a Viola, na categoria Melhor Álbum de Música Regional ou Raiz, e também o Prêmio Caras de Música, como a melhor dupla, além de muitos outros. Cantaram em circo, pois na época a música sertaneja era muito discriminada, mas, segundo elas, "feliz aquele que teve contato com o circo, onde se sente a emoção no seu estado mais puro". Raramente eram convidadas para clubes famosos, que abriam exceção apenas durante as festas juninas. Então, contrariando o que se esperava delas, vestiam suas melhores roupas, ditavam moda e cantavam o melhor do nosso sertanejo, para mudar o conceito de "não-chique". Eram convictas de que "o caipira tem categoria, tem sua história e não se veste em andrajos, pois respeita seus vizinhos e para as festas veste sua melhor fatiota, fica bonito de se ver". Mostravam que isso é um conceito deteriorado, que elas empenharam uma vida para mudar. Depois, com o advento da televisão, mais dificuldades: o veículo não dava abertura para a música sertaneja. Enfrentaram a batalha, pisaram forte e mostraram o que era a música caipira, até que Geraldo Meirelles estreou na TV Cultura o programa Canta Viola, exclusivamente sertanejo. Lá cantavam elas, Cascatinha e Inhana, Raul Torres e Florêncio, Nhá Barbina, Cinco Sertanejos e a nata da música raiz, que ficou ao lado do apresentador e se empelhou em mostrar tudo que sabia. Contrariando as expectativas, a atração obteve uma grande audiência e permaneceu muito tempo em cartaz. Depois dele vieram outros programas como Viola Minha Viola, a princípio conduzido por Moraes Sarmento e Nonô Basílio e depois por Inezita Barroso, que mostra o melhor da música raiz e está até hoje na TV Cultura, com grande audiência; Rolando Boldrin, substituído por Lima Duarte, na TV Globo, com o Som Brasil; Marcelo Costa com o Especial Sertanejo, na TV Record. O SBT também excursionou pelas trilhas do sertanejo, com o programa Musicamp, comandado por Sérgio Chapelain e Cristina Rocha, por onde passou o melhor da música raiz. E as Irmãs Galvão sempre foram convidadas para o primeiro programa. Foi a partir daí que a música sertaneja, a raiz, a catira e o pagode caipira ficaram fazendo parte do cancioneiro brasileiro, sendo até mais executada que a música popular. No Estádio Municipal do Pacaembu, foi comemorado o cinquentenário da música sertaneja, e nele desfilou todas as duplas, em um espetáculo maravilhoso, com vários apresentadores, entre eles Zé Bétio, José Russo, Carlito Martins e Geraldo Meirelles.
Em 1986 o Maestro-Arranjador Mário Campanha entra em cena e começa a produzir os discos das Irmãs Galvão. Revolucionam a música sertaneja, ganham o Disco de Ouro com a lambada No Calor dos Teus Abraços e continuam a gravar, fazer shows, passando a se apresentar na TV como As Galvão, conhecidas e respeitadas no Brasil inteiro e com músicas tocadas em Portugal, no Canadá e na Suíça.
No currículo, a dupla tem 66 discos gravados, além de discos de ouro e platina e prêmios importantes da música nacional, que guarda com muito carinho. A mais antiga dupla feminina em atividade no Brasil, As Galvão estão com todo o gás, fazendo shows pelo país.
Mesmo depois de tantas experiências, confessam ainda sentir as pernas bambas e frio no estômago antes de entrar no palco, pois nunca têm certeza do que o público espera delas. Sabem da responsabilidade de dar o melhor de si. Nunca deixaram de cantar, não importando o número de pessoas na platéia, pois o respeito a quem foi assisti-las é o que conta. Inciada a primeira música, já intuem o que o público quer e então é ele que passa a ser o diretor musical do show. É conversando com o público que elas se emocionam; é ouvindo suas histórias ou a história de como alguma música cantada por elas foi palco para seus romances; ou da paixão que algum ente querido lhes dedica.
O que lhes falta? "Papai na primeira fila" (embora ele esteja em suas memórias), "ver o nosso povo feliz" e concretizar o sonho de Dª Maria de vê-las totalmente consagradas como Ícones da Música Sertaneja. É certo que muitos já as consideram As Vozes do Século - título dado pelo comunicador da Rádio Tupi AM Toni Gomide, que apresenta o programa Abrindo o Baú, no quado intitulado As Vozes do Século, "As Galvão".
O que as entristece? Quando nas escolas mostram o caipira vestido em andrajos e americanizam as festas juninas, que deveriam ser tipicamente brasileiras, com quadrilhas, etc. "Isto faz com que nós, brasileiros, comecemos a perder nossa identidade caipira", dizem.
Qual é o lema d'As Galvão?: "Através do amor modificaremos o mundo".
Mídia
No dia 26 de maio de 2007, As Galvão participaram do programa Viola Minha Viola, também aniversariante, pois o lendário programa exibido pela TV Cultura, que naquela oportunidade comemorava seus 27 anos no ar.
No programa, As Galvão deram um verdadeiro show, cantando vários sucessos de sua vitoriosa carreira, fazendo, inclusive, dueto com a eterna rainha Inezita Barroso.
segunda-feira, 3 de maio de 2010
Os Anos Dourados
Pode ser a fase que estou vivendo. Pode ser que meu medo do ‘mundo dos adultos’ me empurre na direção de um passado que acho que foi mais bonito do que o meu futuro será (eu só acho, porque no caso específico desse passado, eu não era nem um projeto). Ou pode ser que eu, pura e simplesmente, esteja ficando velha. Mais velha, dirão alguns. Mas, Deus, se é para fugir, por que não fugir para os anos 50? E existe década melhor, fase melhor, mundo melhor?
Eu sei meu leitor que pode parecer um reducionismo brutal e abobado transformar os anos cinquenta nos tais anos dourados. O mundo nunca foi inocente, puro, lindo ou; ai, meu Santo Antão, dourado. Então, não haveria motivo para considerar justo essa década um reduto de doçura ou felicidade. Eu sei!
Mas, ah, a Segunda Grande Guerra havia acabado de acabar, algumas das mulheres que participaram do esforço de guerra continuaram trabalhando fora de suas casas, tínhamos abandonado as ombreiras e os casaquinhos com corte marcial, e adotado os tecidos mais brilhantes, mais vaporosos, as cinturinhas marcadas, as saias pregueadas (aliás, ressuscitaríamos as famigeradas ombreiras na não menos famigerada década de 80, mas eu estou frágil e sofrida, não posso falar dos anos 80 hoje).
O mundo da década de 50 do século XX parecia seguro, um mundo que se dividia entre bons e maus, sins e nãos, comunas e capitalistas, nós e os outros. Acho que vem daí a atração que eu e tantos outros sentimos por essa década. Ainda que não fosse, porque NUNCA foi, o mundo pelo menos PARECIA seguro.
E envolta neste climão de escapismo e negação, eu mergulho em DVD’S deliciosos, redentores, não por acaso, estrelados por Doris Day, minha favorita em qualquer década.
Claro que nem todos os filmes dos anos 50 serviram ao escapismo alienado do qual eu falo com tanta felicidade. E numa semana vindoura podemos falar de alguns filmes pós-guerra que botam sua mufa pra queimar, babe.
Mas esta semana, vamos ser felizes para sempre. Vamos acreditar na virgindade da mocinha, na bondade humana, nos tradicionais valores americanos (e vamos também acreditar que somos americanos da década de 50), vamos acreditar que, com o fim da guerra, a vida vai mesmo melhorar, que os conflitos vão acabar e que o mundo se tornará um lugar mais justo, afinal de contas, o bem venceu. Os mocinhos ganharam.
Dançando e cantando, e sendo muitíssimo bem sucedida em tudo quanto foi ramo do show bussiness da primeira metade do século XX (e parte da segunda também), Doris Day foi responsável por mais dores na virilha do que se pode imaginar. O modelo de ‘moça virtuosa’ que ela encarnou em boa parte de seus filmes, serviu de exemplo para nossas românticas mamães e para nossos putificados papais, vá por mim. Se bem que, se sua mãe for remotamente parecida com a minha, devemos ter em mente que ela serviu de modelo inalcançável, hohoho, mas mesmo assim.
A vida dela não foi açucarada. Foi heavy-metal. Mas ela sorria na tela, ela ainda sorri, e cantando ou não, e sorrindo sempre, e com essa cara de boa-moça-sem-pensamentos-impuros, ela nos transporta para uma realidade encantadora, cálida, ao alcance das mãos de qualquer mocinha que fosse boazinha, que andasse na linha.
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